Conheça o empreendedor que faz o manejo de mogno africano.
Enquanto aprendia a gerir grandes áreas florestais e buscar por investidores em seus negócios, Frank Miller se preparava também como gestor do maior plantio de mogno no mundo. Dessa jornada, dois elementos foram fundamentais para o crescimento da African Mahogany Australia: muito esforço para gerir a empresa de hoje e a visão de que a sustentabilidade é o ativo mais importante para o crescimento.
Oportunidades o ensinaram sobre o mercado de mogno africano
Ao final de 1970 e início de 1980, a política florestal e as questões ambientalistas se tornaram uma grande parte da gestão ambiental e transformação da cultura australiana. Os gestores florestais tiveram que lidar a diversidade pública, sendo que, algumas pessoas incentivavam tal transformação, enquanto outras ficavam preocupadas.
Neste contexto, foi o momento que a Tazmania mudou para uma indústria predominante de plantios florestais, uma combinação de eucalipto, como o Eucalyptus nitens e o Eucalyptus globulus, utilizado para produção de cavaco e papel de alta qualidade, e softwoods, como Pinus radiata, utilizado comumente para madeira de construção, impressão de jornais e papelão.
Frank define essa primeira fase de gestão florestal, como uma fase de aprendizados e entendimento de novas oportunidades.
“A African Mahogany Australia surgiu como uma oportunidade para plantar espécies de alto valor agregado na Austrália tropical. Nós sabíamos que o clima combinava com as necessidades do mogno africano, pois era quente e úmido, muito parecido com o clima na África, além disso, havia muita terra disponível. Tudo isso combinado com a proximidade da estação ao sul com o mercado chinês. ”
De estudante a empreendedor
Frank Miller trilhou um caminho pouco convencional em relação à jornada de muitos engenheiros florestais em grandes empresas de base florestal. Geralmente, o playbook diz que é necessário escolher uma grande empresa florestal, fazer um estágio até ser efetivado, buscar desenvolvimento para crescer rápido na empresa, e ser promovido, se houver novas oportunidades para o perfil.
No caso do Frank, o espírito empreendedor foi sendo desenvolvido na medida em que desafiava a si próprio para iniciar um novo empreendimento, ser empreendedor num fundo de investimento em florestas, e a escolha da carreira aconteceu depois de aceitar um estágio quanto tinha 15 anos de idade. Nessa jornada, a African Mahogany Australia vem crescendo desde então, quando conseguiu colocar em prática o grande desafio de todo negócio: a sustentabilidade.
Hoje, a empresa é a maior gestora em plantios de mogno para o mercado de madeiras nobres no mundo, exportando commodities para países, como China, Córeia e Japão.
Para entender essa história, te levamos até Tazmania, na cidade onde Frank Miller iniciou seu primeiro estágio.
A exposição a novos desafios o fez empreendedor
Desde os 15 anos, Frank iniciou sua jornada florestal em uma empresa do governo. Mas tinha um problema. Ele teria que deixar o colégio, para que, ao completar 16 anos, pudesse iniciar seu primeiro estágio. Ao longo deste estágio, veio o insight: Eu me enxergaria trabalhando com isso por um longo tempo. A vontade foi continuar. Dali, nasceu também sua veia florestal. Na sequência, cursou Engenharia Florestal, e fez mestrado em gestão de ecossistemas em uma universidade na Alemanha.
Durante a graduação, iniciou sua carreira em algumas empresas em South Wales e na Tazmania. O ônus e bônus dessa escolha ele já conhecia da experiência do próprio pai. Ao se formar, aprendeu não apenas assuntos técnicos mas como se comunicar efetivamente junto a produtores florestais. Fez desse balanço, entre conhecimento técnico e comunicação sua leitura sobre as possíveis oportunidades.
Ao mudar para uma empresa de papel e celulose norueguesa, trabalhou com manejo florestal. Mas, o trabalho não ofereceu um nível tão grande de euforia quanto outras oportunidades ofereciam. Após 12 meses, a African Mahogany Australia o contatou, e ele tomou coragem para novas experiências fora da Tazmania, na parte sul da Austrália, para a área Norte, a 4500 km de distância. E como o Frank mesmo disse, e o resto é história.
Hoje a empresa faz a gestão de 14 mil hectares de mogno africano, um dos maiores plantios de mogno do mundo.
As Futuras gerações vão ver uma melhoria GIGANTESCA do mogno africano
Ao perguntarmos ao Frank sobre recomendações de manejo de mogno africano para aqueles produtores florestais que estão começando esta empreitada, ele logo informa que o mogno africano é uma espécie nova, e, portanto, as gerações futuras vão ver um desenvolvimento crescente das árvores nos próximos anos.
Frank define o melhoramento genético como algo básico para as empresas interessadas fazerem, ou, ao menos, sugere conhecer um pouco sobre as iniciativas de melhoramento em mogno africano que existem por aí junto aos institutos de pesquisa. Mas, além disso, recomenda fortemente que as pessoas interessadas em investir em mogno, o façam acompanhado de intenso monitoramento e mensuração de seu plantios florestais.
Ele comenta que, mesmo em plantios com distâncias muito próximas, o desempenho pode ser claramente distinto, como acontece com frequência entre fazendas dele. ‘E olha que não tinha nem 10 km de distância’, comenta o Frank.
Entender as diferenças de performance dos plantios na sua própria fazenda, é a melhor forma de manejar suas próprias árvores. Você pode até ler muita informação, mas a melhor forma para começar é, de fato, entendendo sua própria plantação.
Assista a esta entrevista incrível em nosso canal do youtube, ou escute o audio deste podcast. E saiba um pouco mais desta história fantástica que levou a gerir 14 mil hectares de mogno africano.
Espero que gostem!
