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A importância de realizar o inventário florestal

Para atingir qualquer objetivo, você precisa saber o que quer alcançar. Sem o Inventário Florestal, sua gestão florestal vai acabar navegando sem um norte e pode chegar a um retorno financeiro abaixo do desejado.

Não pense que só as grandes empresas florestais de papel e celulose se beneficiam de um bom planejamento: micro e pequenos produtores florestais também podem abrir grandes vantagens econômicas quando planejam e executam bem suas ações.

 

O inventário florestal envolve planejar o futuro do seu ativo e manejá-lo adequadamente no presente

Não importa se seu objetivo é aumentar a rentabilidade do seu ativo ou a produtividade da floresta, suas florestas não irão melhorar sem um bom manejo florestal. Na hora de realizá-lo, não esqueça de sempre levar em consideração as boas práticas florestais e realizar periodicamente o inventário florestal, eles devem pautar toda estratégia que será usada durante a gestão do ativo. Para saber se você está indo pelo caminho certo, responda essas duas perguntas:

  • Qual objetivo fim do meu ativo florestal e quão confortável estou com relação ao manejo atual?
  • Quando será o ótimo retorno econômico do meu ativo florestal do ponto de vista silvicultural ou financeiro?

Monitorar x Custo

Durante o manejo da floresta, muitos gestores confundem o monitoramento periódico da floresta com custo, principalmente por achar que já gastou demais na implantação florestal. Esse erro, que parece bobo, pode custar caro no futuro, então antes de começar a manejar o seu ativo é preciso pensar no que você quer: será que você quer alta rentabilidade do ativo? E para qual fim, siderurgia ou serraria? Quanto tempo você espera cortar sua floresta?

Perguntas como essas vão ajudar a criar um panorama da sua floresta ideal e do objetivo dela, o ajudando a ver com mais clareza em quais pontos elas se cruzam e quais as consequências disso. Se você, por exemplo, está planejando vender seu ativo para serraria nos próximos 6 anos, o seu manejo e monitoramento florestal  precisa contar com uma ação que vise monitorar periodicamente para saber quando, como e onde intervir para obter uma floresta mais robusta.

De qualquer forma, para realizar este monitoramento periódico é necessário realizar o inventário florestal.

 

O que é inventário florestal?

O Inventário florestal é feito para avaliar variáveis qualitativas e quantitativas de uma floresta e suas inter-relações (como as dinâmicas de crescimento e a sucessão florestal) e serve de base para planejamento do uso dos produtos florestais, realização de manejo sustentável da floresta, bem como para embasar propostas de planos de desenvolvimento e política florestal de caráter regional ou nacional.

Em outras palavras, o inventário florestal fundamenta-se em técnicas e metodologias aplicadas a uma cultura de interesse, seja ela eucalipto, pinus, teca, guanandi, por exemplo, e possui sempre um objetivo final, como por exemplo, saber:

  • Qual o volume de madeira da minha floresta?
  • Quanto vou ter de volume de biomassa no final de 5 anos?
  • Qual a produtividade média da floresta?
  • Qual a região de maior produtividade?
  • Qual a época que irei obter o ótimo retorno econômico?

Para cada fim, existem diferentes tipos de inventário florestal. Conheça quais são esses tipos principais de inventário florestal:

  • Inventário Florestal Convencional: objetiva saber o volume da madeira estocada;
  • Inventário Florestal Contínuo: objetiva monitorar as mudanças ocorridas na floresta;
  • Inventário Florestal de Sobrevivência: objetiva realizar o levantamento do percentual de falhas e sobrevivência das mudas;
  • Inventário Florestal Pré Corte: objetiva informar o volume de madeira de cada ativo florestal a ser cortada e posteriormente comercializada.

Contudo, para chegar lá, são então, aplicadas algumas técnicas e metodologias que podem variar um pouco de acordo com os processos adotados por cada empresa florestal ou pelo responsável pela gestão da floresta. Neste contexto, é extremamente importante contar com profissionais de confiança e que adotem as melhores técnicas levando sempre em consideração a precisão dos dados em campo.

Como as inferências sobre o ativo florestal, acontecem em cima de informações coletadas em campo, torna-se imprescindível realizar um bom treinamento das equipes de coleta, e ao mesmo tempo garantir que tais equipes estejam equipadas com as melhores tecnologias e instrumentos de medição.

Esses dados de campo devem ser obtidos com extremo cuidado e treinamento adequado, pois são eles que irão mostrar o resultado ao final do inventário, de maneira precisa, e entender quão saudável está o crescimento florestal, bem como a taxa de rentabilidade do seu ativo.  Isto significa que quanto mais informações forem obtidas em campo, maior será o conhecimento do gestor ou investidor acerca de seu ativo, fazendo com que intervenções nas florestas ocorram de maneira mais precisa, efetiva e assertiva.

 

Checklist do Inventário Florestal

A primeira etapa do inventário florestal é o planejamento. Por mais que o planejamento realizado pelo gestor florestal seja importante, nessa primeira etapa você como dono do ativo florestal deve olhar também para o mercado potencial e para quem vender num futuro.

Aqui vale um alerta. Um erro muito comum por entusiastas florestais  é cair no discurso de que “depois eu decido o que irei fazer” ou “falta tanto tempo para vender”. O problema é que, quando você usa a palavra “depois”, seu cérebro vai automaticamente entender que não pode fazer nada sobre esse assunto, quando, na verdade, você pode mudar o cenário florestal.

Depois de decidir qual será o uso final da minha floresta, é hora de entrar no ambiente de planejamento em escritório. Durante a elaboração do planejamento, você irá definir o objetivo do inventário, conforme já mencionado acima. Nesta etapa são levantadas as informações preliminares, como: mapas da área, localização, tamanho dos talhões e características gerais da floresta.

Quando você definir este planejamento inicial, o primeiro passo é definir a equipe de trabalho, ou seja, quem irá ajudar nas etapas de implantação e no manejo futuro da floresta. Pode ser desde “ter consultores já definidos” até “mapeamento das empresas que irão me ajudar num futuro”, o importante é todo mundo estar ciente do seu empreendimento futuro e depois trabalhar em sinergia.

Uma dica é sempre ter a figura de um profissional florestal que vai organizar as etapas e garantir que todos os processos de manejo sejam seguidos. Depois da definição da equipe, você deve separar os instrumentos de trabalho, como GPS, tablet, e instrumentos de medição. Neste momento, fique tranquilo se for optar por fita métrica, fita dendrométrica, suta, paquímetro, trena, dendrômetros ou laser. O importante é estar tranquilo com os instrumentos de medida que escolheu. Não esqueça dos EPIs (equipamento de proteção individual) e do suporte logístico (como a equipe chegará à floresta e como se guiará nela, etc) são pontos fundamentais.

Depois de ter tudo isso bem definido, é hora do segundo passo: definir como sua floresta deve ser mensurada, qual metodologia a ser adotada, será por censo ou amostragem? Para isso existem diversas metodologias para o chamado “delineamento amostral”, dentre as quais: amostragem casual simples, amostragem casual estratificada, amostragem sistemática em um estágio, amostragem sistemática em dois estágios e amostragem em conglomerados.

A terceira etapa consiste no Lançamento e marcação das parcelas. Esta etapa é determinada pela escolha do tamanho e tipo de parcela: Circular, quadrada e retangular. Tal formato é função dos objetivos do levantamento, das técnicas utilizadas e das características da população. De modo geral, as parcelas adotadas pelas empresas de reflorestamento são geralmente circulares com áreas variando de 100 m² a 800 m². Após a escolha da técnica amostral de interesse, a localização das parcelas é normalmente determinada por meio de técnicas de sensoriamento remoto em escritório.

Na sequência é realizada a coleta dos dados em campo. Os dados primordiais para esta fase são o DAP (diâmetro a altura do peito) ou a CAP (circunferência a altura do peito), os quais são são compilados para planilhas e são processados em software específico. Neste momento, é possível confeccionar o relatório final de inventário florestal que é gerado e entregue para o gestor ou responsável pela florestal.

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