Sensores que monitoram árvores, Scanner para focinho de boi e identidade digital do guaraná são soluções de agtechs, estas cresceram 40% em 2020 no país de acordo com pesquisa.
Italo Bertão Filho, Especial para o Estadão
07 de novembro de 2021/05h02
Agtechs, como são conhecidas as startups que vem quantificando o agronegócio, da pecuária à produção florestal.
Aquecido, esse mercado cresceu 40% no ano passado (em relação a 2019), conforme o Radar Agtech Brasil 2020/2021, pesquisa realizada por Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Homo Ludens Reasearch and Consulting e SP Ventures, com o apoio do Ministério da Agricultura. Desde o ano passado, diversas startups têm passado por processos de aceleração de gigantes digitais como Google e Facebook, de olho no potencial de inovação do agronegócio brasileiro.
Na última semana, o governo federal reforçou, durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26), que o Brasil pretende chegar à neutralidade de carbono em 2050. Percebendo a relevância que o mercado de carbono ganhou no mercado internacional, a startup Treevia, de São José dos Campos (SP), redefiniu seus planos em 2021, focando em quantificar a mensuração da pegada de carbono.
A startup está concluindo um processo de aceleração em Singapura, onde foi a única brasileira entre cinco startups selecionadas para trabalhar na qualificação do mercado de carbono. “Um crédito de carbono vem acompanhado da expectativa de que a área vai reter carbono por, no mínimo, 30 anos. Mas quem compra o crédito quer confiabilidade à informação, para aferir se o crédito está sendo realmente revertido. Nossa solução permite esse controle”, afirma o CEO da empresa, Esthevan Gasparoto. Hoje, o sistema da Treevia possui mais de 2 mil sensores, que abrangem mais de 80 mil hectares de florestas. Entre seus clientes, estão gigantes do setor como Suzano e CMPC.
Esthevan Gasparoto, CEO da Treevia, uma das 10 startups de agro brasileiras selecionadas em programa de aceleração do Google. Foto: Gabriel Llobet
Criada em 2016 por engenheiros florestais da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), a startup ganhou impulso ao lançar um sistema, o SmartForest, que possibilita a mensuração on-line dos ciclos de produção florestal utilizando sensores que monitoram árvores, sem a necessidade do método tradicional, que exige uma cadeia de várias pessoas e diferentes agentes em cada fase. “Desenvolvemos esse sistema percebendo as dificuldades práticas do método tradicional e a falta de confiabilidade dos resultados”, recorda Gasparoto.
Neste mês, a Treevia foi uma das 10 agtechs brasileiras selecionada em um programa de aceleração do Google, para aprimorar a utilização de ferramentas em nuvem e machine learning. Para os próximos cinco anos, a startup pretende chegar a mais de 1 milhão de sensores em todo o mundo – hoje, a empresa possui negócios no Brasil e no Uruguai.
Gasparoto acredita que o sistema da Treevia possui a vantagem de ter um produto global e de fácil aplicação. A aceleração do Google vem para agregar a capacidade tecnológica dos sensores. “Chegamos a ter alguns casos de instalação totalmente remota. Queremos conectar as florestas ao redor do mundo”, pontua o CEO da startup em entrevista ao jornal Estadão.
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