Os investimentos em ativos biológicos estão começando a se popularizar em boa parte do Brasil. Provavelmente você já ouviu falar de investimento em florestas e até iniciou seu próprio plantio. Mas, quando foi que tudo isso começou, já parou para pensar nisso? É chegado aquele momento que é preciso de uma dose extra de atenção para conhecer as oportunidades de investimento em ativos florestais que estão aí.
Quando o investimento em ativos florestais começou?
Até a Década de 80, Nos Estados Unidos, as empresas detinham áreas extensas de ativos florestais para atender suas próprias unidades industriais, era a chamada verticalização da indústria florestal. Por isso, apenas parte muito pequena da madeira era direcionada ao mercado.
Durante a década de 80, as empresas passam a rever seus modelos e entendem que é possível gerar caixa com esses ativos, para investimento em suas atividades produtivas, e assim, concentrar esforços no que é core business da empresa.
Neste momento, os ativos florestais passam a ser revendidos para investidores institucionais e inclusive, suprem a demanda de algumas companhias. E aí se inicia uma mudança de comportamento que influencia o mundo todo, o investimentos em ativos florestais.
O impacto dessa mudança de mindset, transforma o investimento de 1bi de dólares, para mais de 50 bi com essas mudanças.
Investimento em ativos florestais no Brasil
No Brasil, os primeiros investimentos em ativos florestais ocorreram somente no final da década de 90 e, desde então, vem crescendo a passos bastante largos. Isso se deve, em parte, a uma série de vantagens comparativas, representadas basicamente pelas condições ideais de clima e solo no país, o que torna o investimento em plantações florestais no Brasil atrativo.
Enquanto nos EUA, por exemplo, as florestas naturais de pinus crescem entre 5-10 m3/ha.ano, no Brasil as plantações florestais de pinus crescem, em média, 30 m3/ha.ano.
Segundo levantamento feito pela Consufor, atualmente, o volume de recursos investidos em florestas no Brasil já ultrapassou os R$ 8 bilhões e a perspectiva é dessa cifra superar os R$ 12 bilhões, até o final da década.
Crowdfunding florestal, isso é possível?
O crowdfunding (também conhecido como investimento coletivo) é uma modalidade interessante de captação de recursos, que permite que o dinheiro seja captado diretamente com o investidor. Por meio dele, qualquer pessoa — mesmo um pequeno financiador ou aquele que não tem experiência com investimentos de qualquer tipo — tem acesso aos investimentos florestais.
A ideia é bastante simples: o interessado no investimento adquire títulos, cujos valores serão aplicados no plantio de florestas. Quando as árvores plantadas chegarem ao ponto de corte, a madeira será vendida e o investidor receberá uma participação nos lucros.
A empresa Radix usa o instrumento do crowdfunding para financiar o plantio de suas florestas, tendo uma expectativa de rentabilidade de 12% ao ano mais inflação, a depender do desenvolvimento biológico das árvores, da variação do preço da madeira e da variação cambial.
Por que investir em ativos florestais?
Proteção natural contra inflação
Dada a sua baixa volatilidade e a sua fraca correlação com a maioria das classes de investimentos tradicionais, o investimento em ativos florestais se caracterizam como uma excelente alternativa para a diversificação de portfólio, proporcionando a redução do risco global da carteira administrada. Eles também oferecem uma proteção natural contra a inflação, devido sua alta correlação com este indicador.
Segurança ao investidor
De uma maneira geral, o investimento em ativos florestais proporcionam segurança ao investidor frente oscilações e turbulências do mercado de commodities.
Caso o mercado de produtos florestais sofra oscilações desfavoráveis à comercialização da madeira, a colheita da madeira pode ser postergada, mitigando eventuais perdas. Além do que, enquanto o investidor aguarda uma melhora do mercado, as árvores continuam crescendo e, consequentemente, se valorizando.
Paralelamente, existe uma perspectiva crescente da demanda por produtos florestais em todo o mundo. No Brasil, a procura de madeira de eucalipto para uso industrial cresceu, em média, 5% ao ano na última década.
Ferramenta de Preservação de Capital
Os ativos florestais também se constituem em uma ferramenta para preservação do capital, já que independentemente das condições macroeconômicas, na qual o investidor exerce pouca ou nenhuma influência, o capital investido nesses ativos permanece preservado ao longo do tempo.
Como atingir o retorno econômico esperado?
O investimento em ativos florestais também estão sujeitos a certos riscos inerentes a atividade florestal propriamente dita. Evidenciam-se os riscos biológicos e ambientais, como, por exemplo, incêndios, vendavais e ataque de pragas e insetos. Tais riscos podem ser mitigados a partir da adoção de práticas silviculturais e medidas de proteção adequadas. Alguns investidores, em determinados casos, optam pela contratação de seguros florestais para proteger o capital desses incidentes.
Embora investir em florestas seja atrativo, os ativos florestais exigem muito mais que o conhecimento do mercado de capitais. Requer conhecimento técnico sobre silvicultura e entendimento da dinâmica do mercado de produtos florestais, aliado a capacidade de investimento em larga escala e, sobretudo, visão de longo prazo.
Além disso, para obter a rentabilidade esperada do investimento em ativo florestal é necessário manejar sua floresta de modo adequado. Realizar o monitoramento e acompanhamento periódicos são atividades fundamentais para verificar o crescimento da floresta e os ganhos de rentabilidade do ativo.
Conclusão
Não existem dúvidas que os investimentos em ativos florestais são uma nova oportunidade de negócio e que o Brasil oferece um conjunto de condições únicas. Inclusive, alguns fundos de pensão brasileiros já estão caminhando nesta direção, mas ainda há poucas pessoas que conhecem sobre esta oportunidade representada pelos ativos florestais, em especial as florestas plantadas.
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