Conteúdos Exclusivos

Tudo o que você precisa saber sobre Florestas Digitais gratuitamente e em um só lugar

Soluções Socioambientais para Agricultura de Baixo Carbono

Com base em uma parceria entre Treevia e GSS Carbono e Bioinovação, com apoio do Land Innovation Fund, o projeto Arbaro Carbono combinará tecnologia de ponta com expertise técnica e legal para medir e vender ativos ambientais.

Fonte: Cíntia Borges, Land Innovation Fund

cerrado-treevia


Sobre a parceria

O projeto da Treevia e da GSS Carbono e Bioinovação é facilitar o acesso dos agricultores a diferentes ferramentas tecnológicas e instrumentos financeiros que possibilitam o pagamento por serviços ambientais, gerando receita adicional pela conservação de áreas de vegetação nativa e pelo aumento do valor das florestas em pé. Juntas, elas estão implementando um projeto de economia verde e sustentável para produtores de soja no bioma Cerrado, com apoio do Land Innovation Fund. Ao combinar a expertise da Treevia em aprendizado de máquina e tecnologia IoT para medições florestais com o conhecimento da GSS Carbono e Bioinovação no desenvolvimento e venda de ativos de mercado de carbono, as empresas estão lançando o Projeto Arbaro Carbono, uma plataforma integrada de inovação para sensoriamento remoto com computação em nuvem e inteligência artificial, juntamente com um portfólio de projetos para a venda de ativos ambientais, visando gerar renda adicional para os agricultores por meio da preservação ambiental.

Projeto Arbaro Carbon

O Projeto Arbaro Carbono combina o desenvolvimento tecnológico com a construção de instrumentos técnicos, legais e financeiros para ampliar a transparência e o potencial de um mercado de ativos ambientais para conservar as florestas no Brasil. “Um dos objetivos do projeto é difundir o conceito de que áreas de preservação permanente e reservas legais são geradoras de receita para os agricultores. Alcançar esse objetivo será um grande indicador de sucesso e uma alavanca valiosa para renovar o mercado de carbono como um todo”, diz Esthevan Gasparoto, CEO da Treevia.

O consórcio Treevia & GSS planeja tornar o Arbaro Carbono uma plataforma integrada de inovação para a medição digital, relatórios e validação (MRV) de dados provenientes de sensores implantados no campo, em vez de medições manuais tradicionais que envolvem riscos para as pessoas que realizam o trabalho. “Usar sensores significa fazer medições reais na floresta em vez de estimativas baseadas em variáveis auxiliares. Associar medição real e constante com sensoriamento remoto torna a iniciativa transparente e é um grande diferencial para o projeto”, explica Esthevan.

Para a Treevia e a GSS, o mercado de carbono, um foco importante para a geração de ativos, tem se desenvolvido de forma desigual na última década. Já está na agenda ESG do setor privado, mas ainda existem lacunas na coleta e validação de dados, metodologias para validar a emissão de créditos e informações mais acessíveis para os agricultores entenderem a importância da conservação do meio ambiente tanto para mitigar as mudanças climáticas quanto para gerar retornos financeiros pela preservação da floresta. Mas nem sempre foi assim. Há alguns anos, a primeira pergunta que as pessoas faziam era se essas ações eram obrigatórias, e nos diziam para voltar quando fossem. Hoje vemos uma busca voluntária por alternativas vindo de diversos stakeholders”, explica Paulo Zanardi, sócio da GSS Carbono e Bioinovação.

Estágios do Projeto

Devido à sua legislação avançada sobre pagamento por serviços ambientais e à sua significativa cobertura com remanescentes de vegetação nativa, Tocantins foi o estado escolhido para lançar o projeto. Primeiro foi processado os dados individuais do CAR de 63 municípios do estado, com mais de 39.000 propriedades rurais cobrindo mais de 14.000 hectares, divididos em seis microrregiões – Miracema do Tocantins, Porto Nacional, Jalapão, Rio Formoso, Dianópolis e Gurupi – e depois identificaram as propriedades com excedente de vegetação nativa, dando-lhes um potencial para receber pagamento por projetos de serviços ambientais.

Ao mesmo tempo, as equipes da Treevia e GSS estão avaliando a dinâmica climática e as variações de biomassa nas seis microrregiões do projeto, e sua influência na evapotranspiração florestal e nas taxas de acumulação e degradação de biomassa. Esse monitoramento permite estimativas mais precisas dos potenciais de absorção de carbono e das tendências de restauração de cada região. Além dessa análise técnico-científica, a iniciativa também mapeia metodologias com maior potencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as principais opções de certificação de carbono disponíveis no mercado, a fim de escolher a mais adequada às necessidades do projeto.

As empresas trabalham em parceria com a Universidade de Tocantins para validar os dados técnicos coletados em campo, e com associações de agricultores e extensionistas rurais para envolver os próprios agricultores. Elas esperam aliar-se e dialogar com uma variedade de atores regionais para fortalecer a importância e o alcance do projeto, antes de iniciar a implementação em campo, prevista para começar em julho.

Fazendas Piloto

A Treevia e a GSS estão agora trabalhando para selecionar sete fazendas com perfis diversos para o projeto piloto. Para garantir a diversidade na seleção, o projeto trabalhará com 1) uma grande fazenda de soja com uma área de preservação de cerca de 400 hectares, já selecionada e com uma pesquisa em andamento; 2) duas fazendas de soja de médio porte com áreas de preservação de cerca de 200 hectares; 3) e quatro pequenas fazendas de soja, com áreas de preservação de cerca de 50 hectares cada. Somente propriedades em conformidade com os requisitos legais e socioambientais do CAR são elegíveis para participar do projeto. Fazendas em terras indígenas e unidades de conservação, ou menores que 50 hectares, não são elegíveis.

A fazenda Três Irmãos I e II, localizada no município de Gurupi, TO, foi a primeira escolhida para o desenvolvimento da linha de base do projeto. A fazenda tinha um histórico de criação de gado de corte quando a família decidiu testar uma plantação de soja em uma área de cerca de 400 hectares. O resultado positivo da primeira colheita incentivou os proprietários a investir na expansão dos campos de soja até cobrirem toda a área de pastagem de 4.000 hectares. Uma visita de campo observou diferenças fitofisiológicas na cobertura vegetal da propriedade – algumas áreas cobertas com floresta mais densa e outras com árvores menores e mais espaçadas, típicas do Cerrado – e instalou um sensor Treevia, posicionado a 1,30 metros do solo, para testes e análises iniciais. Os dados coletados nas fazendas piloto determinarão a linha de base e serão decisivos para os próximos passos do projeto.

“A iniciativa Treevia e GSS Carbon & Bioinnovation combina os três objetivos do Land Innovation Fund em um único projeto: uma solução inovadora que permite que projetos socioambientais otimizem seus resultados e promovam uma agricultura sustentável e inteligente em relação ao clima, para uma cadeia de suprimento de soja livre de desmatamento e conversão; uma ação de parceria que mistura expertise e melhora o compartilhamento de conhecimento para desenvolver soluções integradas; e um foco na fazenda, com ações para engajar e atrair a participação dos agricultores para expandir o impacto do projeto no campo”, diz Carlos E. Quintela, diretor do Land Innovation Fund.

Conclusão

Em resumo, o projeto inovador liderado pela Treevia e GSS em Tocantins demonstra um compromisso robusto com a preservação ambiental e a agricultura sustentável. Com a seleção criteriosa de fazendas piloto diversificadas e a utilização de tecnologia avançada para monitoramento e análise, o projeto visa otimizar a absorção de carbono e promover práticas agrícolas inteligentes. A colaboração com a Universidade de Tocantins, associações de agricultores e extensionistas rurais reforça a importância de uma abordagem integrada e participativa. Além disso, a aliança estratégica com o Land Innovation Fund destaca a convergência de esforços para uma cadeia de suprimento de soja livre de desmatamento e conversão. Este projeto não apenas sublinha a relevância da conservação ambiental em práticas agrícolas, mas também propõe um modelo replicável de desenvolvimento sustentável que pode influenciar positivamente outras regiões e setores.

Gostou do conteúdo? Compartilhe!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Veja mais conteúdos

Juntos e conectados

Conectamos Pessoas, Florestas, Tecnologia e Conhecimento.